sexta-feira, 27 de março de 2009

ÁLVARO MIRANDA



Sou poeta de tanto artesanar
minhas vagas na esteira das borrascas.
Sou o visto de passagem em nave e asa
de pássaro que tem certo o sensato

farol de navegar transgressões...lastro
de calcular errante os sonhos, clara
folha que prometeu verso, tombada
pela escrita de todos os tornados.

Na estiva de horizontes sem idade,
faço noites em lida repentina,
errando o prumo na terceira margem...

Concertando perdidos cais sem rima,
vou içando meus tesouros na voragem,
Sou ave e nave, palavra que me singra.


Álvaro Miranda
autor de Retrato de soneto quando pólen
e A casa toda nave cega voa




Nenhum comentário:

Postar um comentário