A poesia, a mais libertina das artes,
dá cambalhotas, dança no trapézio,
veste andrajos nos salões.
Só tem por limite o ilimitado.
Não tem arestas nem se prende à circularidade.
salta sobre as muralhas do jardim de Apolo.
A Dionísio faz curvas, cerimonioso.
tem de Narciso o inatacável riso.
O lampejo fluido da música
e a concretude da iconografia.
Alimenta-se da experiência
e quanto toca em si transforma.
Bebe a luz do nada e vibra nas cordas da essência,
em ressonância de nervos e neurônios.
Márcio Catunda
como comentario este meu poeminha...
ResponderExcluirPoética I
Se queres dizer da poesia
como Charles Bukowviski
diga o que for sobre a vida
que viver é o mistér da arte.
Diz o que se faz da noite,
que se encerra no pleno dia.
O que preenche o vazio
que no peito te dilacera.
No fundo do quarto, do bar imundo
do intenso do fundo do fundo de tudo
d’onde tudo vem surgindo, emergindo
e a embriaguez te faz mudo e frio.
Como um fio da insuspeta
e mínimésima parte, a poesia processa
o dia como o no grande Mar Aral,
- ao princípio nasce de um rio
e antes dele, a nascente primeva
e tênue; escassa de peixes.
Fale da vida nanica, vil e vazia.
E, sem precisar, diga-lo sempre em poesia.
Ricardo Reis
Concordo plenamente!!!!!
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