terça-feira, 30 de junho de 2009

MATÉRIA DE RASCUNHO

LEIA O LIVRO "MATÉRIA DE RASCUNHO"
COM POEMAS DE EDUARDO TORNAGHI E FAMÍLIA







Eduardo Tornaghi

UM LIVRO DE ENCONTROS



No subtítulo de Matéria de Rascunho, Eduardo Tornaghi diz que se trata de um ensaio de poeta. Eu diria que não só este, mas todo livro é um ensaio para outro livro e, ao mesmo tempo, uma obra definitiva. Mais: diria que todo texto é sempre véspera, expectativa de outro, e o poético que o ilumina é este devir contínuo.
Com domínio da carpintaria literária, o autor varia formas e contracena intertextualmente com Fernando Pessoa, Manuel Bandeira, Paulo Leminski, Cairo Trindade, Murilo Mendes..., trazendo para a luz das leituras o que se passa nas coxias da criação poética.
Sem rigidez de marcação, Tornaghi se movimenta com liberdade pelas páginas-palco, resgatando o momento epifânico de cada texto e nos lembrando de que “há sempre uma outra leitura/ dentro de cada poema”, porque na poesia, este não-lugar, as palavras usam múltiplas máscaras e os sentidos se movem a todo instante.
Neste espaço utópico que o poeta elegeu para sua estreia, assistimos à atuação de poemas que, elaborados com linguagem enxuta e contemporânea, pensam o mundo em suas manifestações caseiras, sociais ou existenciais, com a mesma afetividade.
Tenho certeza de que, lido o último verso e descido o pano, o leitor não sairá do livro em silêncio. As vozes dos poemas vão permanecer para além do fim do espetáculo,em sua memória emotiva, até a próxima sessão. E que cada leitor apanhe este grito lançado, como em Tecendo a manhã de João Cabral, e o lance a outro. Pois este é, acima de tudo, um livro de encontros.


Marcus Vinicius Quiroga


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