quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Grande Pelada Pré-Carnavalesca


Vedetes abalam no Leme





A ala jovem do Polem (vale dizer Gutman, Marcelo e Zé) fantasiou-se de bloco e saboreou toda a carnavalidade da Poesia.

O povo parava na rua para ver aquela cena inusitada até no carnaval. Os três peludos vestidos de mulher, não chamariam nenhuma atenção especial nesses dias, mas dizendo poesia...

Foi muito divertido.



Deixaram bem claro que Poesia e Carnaval são crias do mesmo Dionísio.
Ambos promovem a libertação e a transmutação pelo "enthusiasmos" ou seja "Deus em si", pelo embebedamento (de vinho, virtudes ou versos, naturalmente).

Do muito que falamos, este é um poema que sintetiza bem o quanto Poesia é carnaval:






CASO PERDIDO

Tem um pentelho no meio da minha cama,
No meio da minha cama tem um pentelho.
Tem uma mancha de porra no meio do lençol,
teu cheiro em meu travesseiro
e um resto do gosto de teu corpo em minha boca.

Mas o que bate e me enlouquece e devasta
é esse pentelho no lençol vermelho, encravado,
no meio da mancha. Era teu, não é mais.
Nunca mais será teu. A partir de agora,
faz parte de mim e de minha história.

Tem um pentelho no meio da minha cama.
No meio da minha cama tem um pentelho
que vai ficar para sempre, ainda que eu queime os lençóis,
que troque de cama, se passem os anos
e eu mude de est


ado, dimensão ou plano.


Cairo Trindade



É ou não é puro carnaval? É paródia, é divertido, é livre, é iconoclasta, é sensual, é revelador e liberador de opostos e não tem vergonha de debochar do estabelecido e assim o homenageia.

Puro carnaval.

Ou não?








Um comentário:

  1. Marcus e Marla
    Meu texto tem problemas na clareza e no português. Quero a opinião de vocês.

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