terça-feira, 6 de outubro de 2009

Luiz Gondim ao centro
DELIRANTE

Poeta não é profissão, é sina,
algo muito marcante;
em cada esquina ele se vê diante
de um novo desafio.
Pega o lápis, o papel,
sai do chão , vai ao céu,
preenche qualquer vazio.
Com a verdade não tem compromisso,
com o sentimento não é omisso,
com o impulso é sempre verdadeiro.
Cai aqui, ali já se levanta,
pois a inspiração é tanta
que contagia pelo cheiro.
Poeta de rumos ignorados,
alimenta-se de bocados,
chega e parte tão ligeiro.
Poeta a ninguém presta contas,
não se detém com afrontas,
pensa depois, mas fala primeiro.
Mergulha em águas da loucura,
imbuído do desejo da procura,
mesmo nos campos da insensatez.
Despojado de qualquer garantia,
amante da noite, delira a cada dia,
desconhece o não, ignora o talvez.

Luiz Gondim

Um comentário:

  1. Muito bom o poema: "DELIRANTE"
    de Luiz Gondim, numa frase ele
    resume o papel do poeta: "Poeta
    não é profissão, poeta é sina"
    ...
    Acho que ser poeta é dom,é ter
    gosto, literalmente, pelo que
    se faz!


    Parabéns!

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